Imperialismo e Guerra do Transvaal (Parte 2)

Posted by: Allan Mendes" / Category:

Olá leitores do blog Monte Kênia em Novembro eu fiz a primeira parte desse post, e é claro que eu não esqueci que precisava fazer a parte 2, só queria ver se alguém ia lembrar e me cobrar...

Bem ninguém lembrou :/
Mas eu vo escrever do mesmo jeito...

Vamos lá agora sem enrolação.
O cerco de Mafeking.
Paramos então no ano de 1899 quando começa a segunda guerra dos Boêrs, ela começa quando o governo britânico desejou dominar as repúblicas de Transvaal e Orange ricas em jazidas de diamantes, ouro e ferro. Os boêres viviam na região desde de 1830, e não aceitaram a dominação britânica, por isso se rebelaram conseguindo isolar tropas britânicas em várias cidades, uma dessas cidades se chamava Mafeking e o general Robert Baden-Powell era o comandante da tropas que estavam nessa cidade.
A cidade de Mafeking era um importante interposto comercial britânico e Baden-Powell deveria assegurar a defesa da região até que as tropas britânicas chegassem para reforço.

(mapa da região de mafeking)

As tropas britânicas estavam em menor número do que o exército dos boêrs, então BP precisou usar diferentes estratagemas e blefes para enganar o exército inimigo.

  1. O caçador de borboletas: Muitos anos antes B-P disfarçou-se de caçador de borboleta na Dalmacia e espionou os fortes e defesas inimigas. Quando encontrasse um soldado inimigo "com o bloco de desenhos na mão, Eu poderia perguntá-lo inocentemente se ele tinha visto tal e qual borboleta nas vizinhanças, e como eu estava ansioso por capturá-la. 99% deles não poderiam distinguir uma borboleta de outra - do mesmo modo que eu - assim eu estava em segurança, eles simpatizavam com aquele inglês louco que estava caçando insetos."O que os soldados não notavam era que nos desenhos das asas das borboletas Baden-Powell colocava os mapas dos fortes e defesas.
  2. Cuidado! Minas: Um dos maiores prioridades foi evitar que os Bôeres tomassem a cidade de assalto, porque eles podiam facilmente dominara as frágeis defesas de Mafeking. Mas Baden-Powell deduziu que os Bôeres temiam que houvessem campo minados. Assim, para confirmar os temores Bôer, B-P fez uma corrente com os habitantes para transportes caixas de metal com terríveis avisos de não derrubar ou bater escritos nelas. Centenas destas caixas foram enterradas nos arredores da cidade, e as áreas foram marcadas com avisos para os habitantes e pastores manterem a área livre. Depois ele pediu para os moradores da cidade se manterem dentro dela enquanto as novas minas eram testadas.
  3. Muitos holofotes de busca: Quando o cerco começou estava na cidade um viajante que fazia lâmpadas de acetileno. Baden-Powell e o Sargento Moffatt colocaram-no para trabalhar na confecção de um holofote utilizando duas latas de biscoitos, com um queimador de acetileno com um tubo de borracha alimentando-o com gás. Este aparato foi preso a um mastro com ponta afiada, o qual poderia ser facilmente cravado no solo.Na primeira noite que os holofotes foram postos em uso. Primeiro foram acesos e apontados sobre as posições Bôeres em um lado da cidade, depois rapidamente desmontados e acesos no outro lado da cidade... Após um tempo os bôeres convenceram-se que atacar a cidade à noite seria inútil, pois ela estava cercada por holofotes de busca...Infelizmente os holofotes não duraram muito: os suprimentos de carbureto foram destruídos, ou num incêndio causado por uma bomba, ou pela inundação após um temporal.
  4. Duas metralhadoras a mais: O mesmo blefe foi usado com relação ao pequeno suprimento de metralhas da cidade. B-P construiu postos para metralhadoras ao redor da cidade, e seus soldados poderiam disparar uma metralhadora de um deles, depois rapidamente remocê-la para outro posto e disparar novamente. Para os bôeres parecia que havia dúzias de metralhadoras protegendo a cidade.
  5. Arame farpado: Logo B-P ficou sem arame farpado para proteger as trincheiras de seus soldados. Mas ele notou que à distância tudo que se podia ver eram soldados rastejando sob um obstáculo invisível - ele não poderia ver o arame - Assim ele pediu que continuassem erguendo posições e esticando arames imaginários entre eles. Depois eles fingiam rastejar sob os novos "obstáculos” que eles ergueram. O inimigo não tinha condições de saber que não havia nenhum arame no local.
  6. Corpo de Cadetes: Baden-Powell tinha somente umas poucas centenas de soldados para defendê-la. Cada soldado era vital para a linha de frente, e lá na cidade havia muito trabalho que também necessitava ser feito.

    B-P formou um Corpo de Cadetes com 18 meninos (que posteriormente aumentou para 40), com idade a partir de 9 anos. Ele escolheu um jovem líder para ser o sargento encarregado (sergeant-major) do corpo de cadetes, seu nome era Warner Goodyear.

    Os cadetes de Mafeking tinham seu próprio uniforme: uniforme cáqui, chapéu de abas largas com um dos lados dobrado para cima, ou gorro. Antes de tudo os jovens foram bem treinados em entregar mensagens entre as defesas da cidade, servir como ordenanças, ajudar nos hospitais e atuar como vigias para prevenir as forças quando os ataques fossem esperados, e também avisar à população quando o grande canhão bôer fosse apontado para a cidade a fim de dar-lhe uma chance de abrigar-se antes que a bomba caísse.

    Primeiro os jovens entregavam mensagens usando burros, mas à medida que o estoque de alimentos na cidade desaparecia, os animais gradualmente era comidos. Assim eles passaram a utilizar bicicletas, e freqüentemente tinham que pedalar em meio a fogo pesado. Em uma famosa história B-P advertiu a um jovem que ele poderia ser atingido, e ele respondeu "Eu pedalo tão rápido, Senhor, que eles jamais me alcançarão."

    Quando os selos da cidade se esgotaram durante o cerco eles precisaram de um desenho especial para imprimir novas emissões. Assim todos os selos colados nas cartas entregues pelos cadetes passaram a estampar o líder do Corpo de Cadetes, Warner Goodyear, sentado em sua bicicleta.


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